domingo


Depois da fome, da guerra
da prisão e da tortura
vi abrir-se a minha terra
como um cravo de ternura.
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Vi nas ruas da cidade
o coração do meu povo
gaivota da liberdade
voando num Tejo novo.
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Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido
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Vi nas bocas vi nos olhos
nos braços nas mãos acesas
cravos vermelhos aos molhos
rosas livres portuguesas.
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Vi as portas da prisão
abertas de par em par
vi passar a procissão
do meu país a cantar.
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Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido
.
Nunca mais nos curvaremos
às armas da repressão
somos a força que temos
a pulsar no coração.
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Enquanto nos mantivermos
todos juntos lado a lado
somos a glória de sermos
Portugal ressuscitado.
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Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido.
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Portugal Ressuscitado, José Carlos Ary dos Santos, Caxias, 26 de Abril de 1974.
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